terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Birthday Feelings

(Texto de 14/09/2016)

"Filho, se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que existem algumas pessoas que você só consegue amar e amar, não importa o que aconteça." - John Green

Eu era uma menina quando conheci você. E foi como se tudo que um dia havia sido plantado dentro de mim florescesse. Era um sentimento quase infantil - e, de certa forma, continuou sendo. Por mais que eu tenha mudado nesses últimos anos, do seu lado eu ainda fui aquela menina assustada do primeiro dia de aula. A que escrevia músicas no seu caderno e te dava bilhetinhos de bom dia. A que tinha medo de passar mal na faculdade e por isso confiava tanto em você - e só em você. Perto de ti, é como se todas as minhas fragilidades e sentimentos gritassem. E eu, na verdade, nunca fiz questão de esconder nada de você. Ao contrário. Acho que mostrei demais. Falei, desenhei e quase cantei tudo que eu achava que a gente era, pra chamar tua atenção e te fazer realmente acreditar que nós dois valiamos a pena. Que valeria a pena se eu fosse pelo menos metade do que você dizia que eu era pra ti. Que valeria a pena simplesmente porque eu te mostrava toda a verdade que havia dentro de mim - e acreditava de verdade que você fazia o mesmo. Acho que essa é uma das melhores partes do amor: saber que o outro nos vê de verdade e não sentir vergonha nenhuma por isso. No entanto, agora, de longe, é muito mais fácil manter tudo dentro de mim. Os pensamentos, os risos, o choro e tudo aquilo que fazia ser tão difícil pra mim levantar da cama de manhã. Eu guardei tudinho pra mim. Não havia outra pessoa pra contar, a não ser você. Talvez por isso tenha realmente jogado coisa demais pra cima de você, te cansado ou te envolvido demais nas minhas próprias coisas e confusões que iam muito além de nós. Algumas pessoas chegaram a me dizer, sim, que eu era intensa demais quando o assunto era qualquer coisa relacionada a ti. Mas eu não dei ouvidos. Sei lá, acho que a culpa é dessa coisa que nos ensinaram que o amor é sempre mais forte do que qualquer outra coisa. Dizem-nos isso os livros, os filmes, os contos de fadas... E eu era dessas pessoas que achava que o amor podia tudo e sempre bastava. Mas, ainda que pareça duro da minha parte, no nosso o caso o amor não era suficiente. Nunca foi. Não bastou eu sentir que o mundo podia enfim acabar, quando estávamos juntos. E isso foi uma lição dura pra aprender. Amanhã é o meu aniversário e eu me peguei pensando se, um dia, vai parar de ser estranho pra mim passar esse dia sem você. Se um dia vai ser indiferente. Ou se, de uma forma ou de outra, você sempre vai estar presente. Eu não sei ainda. Mas eu tenho aprendido muito sobre aceitar a ausência de respostas. Eu não perdi a fé, a graça nem a capacidade de acreditar. Não há culpados. Os erros são aceitáveis quando tudo que a gente vive é ensaio. E todo ensaio é sinal de algo grandioso e real que ainda vai vir. Fique bem. Eu estou. 

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