segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Perspectivas


Era ano novo. Mas estavam todos muito assustados pra dizer as coisas que valia a pena dizer. Muito cansados pra mudar de verdade. Estavam muito presos pra deixar morrer oque a vida já tinha sepultado, com corações duros demais pra se entregar, com a visão limitada que não lhes permite ver um futuro diferente... Então, sem perceber que era apenas um dia qualquer, vestiram branco, contaram os segundos e tudo novo se fez. Mas tudo velho permaneceu.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Está quase no fim...

E vai ser um final feliz. Se o Senhor assim permitir. Estou com um pouco de medo de me animar, mas é meio inevitável! Obrigada, meu Deus, por ouvir minhas orações, meu pranto, meus choros, meus pedidos, meus agradecimentos. Desculpe por me lamentar tanto. Eu sei que tudo vai fazer sentindo lá na frente, mesmo oque ainda dói agora e tudo que me acontece e eu não compreendo. Obrigada por esse ano dificil que me fez crescer tanto. Obrigada por esse resultado, mesmo sabendo que ainda não é final. Obrigada porque meu esforço tem a maior recompensa em ver as pessoas que eu mais amo orgulhosas de mim. Obrigada porque acho que tudo vai dar certo. Obrigada mesmo se não der. Teus planos são maiores Senhor!!!!!!!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Televisão, tempo e finais de ano

Muito me irritam essas pessoas que dizem que televisão só tem coisa ruim. Muito fácil falar que não presta. Queria ver era elas viverem sem uma televisãozinha de vez em quando. Sem falar que muitos por ai só tem uma pequena noção do que ocorre no mundo por causa dela.

Eu, assumidamente e sem culpa nenhuma, adoro ver uma besteirinha na Tv. Em uma dessas tardes entediantes de domingo nas quais a preguiça não me permite fazer mais nada além de ficar deitada assistindo alguma coisa, vi uma reportagem que citava um trecho de uma obra da Simone de Beauvoir que expressa muito bem a impressão que tenho sobre o tempo, a vida e sua passagem.

Dizia assim: "O tempo é irrealizável. Provisoriamente, o tempo parou para mim. Provisoriamente. Mas eu nao ignoro as ameaças que o futuro encerra, como também não ignoro que o passado é quem define a minha abertura pra o futuro. O meu passado é a referência que me projeta e a qual devo ultrapassar. Portanto, ao meu passado eu devo o meu saber e a minha ignorância, as minhas necessidades, as minhas relações, a minha cultura e o meu corpo. Que espaço o meu passado deixa hoje para a minha liberdade? Não sou escrava dele.  O que eu sempre quis foi comunicar da maneira mais direta o sabor da minha vida.  (...) Não desejei nem desejo nada mais do que viver sem tempos mortos."

Tem muita gente por ai opinando sobre oque o tempo é e nao é. Inclusive eu. Mas achei o modo como a autora sugeriu extremamente sensível. Afinal, é isso que o tempo e o passado fazem com a gente. Prendem e libertam, tudo ao mesmo tempo. Muita coisa esses dois já tiraram de mim, mas a sabedoria e a maturidade que os anos trazem, nada mais pode oferecer. É o melhor remédio pra feridas abertas, coração machucado, cabeça dura e todas essas coisas que todo mundo tem em alguma fase da vida. Ou em todas elas, só que de formas diferentes.

É até clichê refletir sobre essa matéria estranha que é o tempo em finais de ano, mas não resisti. É algo que esse clima de ano novo sempre me traz. Essa coisa de encerrar um ciclo e começar tudo de novo. Esse monte de gente falando que "nossa, o ano voou."  E de fato, voou mesmo. Mas ainda bem que alguém teve a ideia de dividir o tempo em pedacinhos, pra dar a impressão de que dessa vez vai ser diferente. Que vai mudar, e pra melhor. Quando, na verdade, o sol vai continuar brilhando como sempre brilhou, o corre corre vai continuar exatamente da mesma maneira e as avenidas vão permanecer lotadas de gente pra lá e pra cá. Quem pode mudar é a gente. Deixando surgir um amor enorme dentro de nós. Pra ver se ilumina quem tá do nosso lado. Pra ver se dá força pra o outro seguir — porque, como dizem, o tempo não espera por ninguém.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

E quando a gente cansa de sorrir e de chorar?

Ser feliz pode dar muito trabalho. Fingir ser, mais ainda. Por outro lado, também ando com muita preguiça de ficar triste. Preguiça de chorar, me punir... Sei o quanto tentei acertar,  por mim e pelas pessoas que eu amo. Foi um ano cansativo e estressante, sem dúvidas. Mas também foi um tempo de crescimento, aprendizado, desapego e muito afeto. Coisa chata ficar se lamentando!! Não quero, não tenho tempo pra isso. Não preciso provar nada pra ninguém. No máximo, pra mim mesma. Provar que o que eu sei a meu respeito é mais importante do que o que pensam. Não é preciso mostrar beleza aos cegos, felicidade aos pretenciosos, sorrisos aos insensíveis. Estou aqui pra dar o tem de bom em mim, na certeza de que qualquer ser humano merece o meu melhor. Mas se o meu melhor não agradar, paciência. Estou cansada de lágrimas.  Estou com preguiça de me machucar. Não que eu esteja super feliz, mas sei lá... a gente é obrigado a estar saltitando ou sofrendo o tempo todo? Creio que não. Cada coração é uma mistura estranha e constante de emoções. E o meu, agora, está cansado demais pra fingir sentir algo que não sente.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Anjos perdidos


Enquanto observo oque me cerca, as pessoas que me rodeiam, multidões andando nas ruas e avenidas engarrafadas, vejo solidão. Pessoas que passam despercebidas. Rostos que negam sorrisos. Corações endurecendo e esquecendo de amar. Vejo, por outro lado, uma luz que mantém tudo. Que nos mantém humanos, que nos lembra de amar, cativar e ser cativado. Pois, quando cativamos alguém, nos tornamos essenciais. E uma qualidade de ser essencial é não ser mais invisível. Não ser apenas mais um. Ser como um anjo que lembra que cada um perdido em meio à multidão tem o dom de ser único, especial. E então, quando olho pela janela as montanhas ao longe, as luzes da cidade, o tempo sobre os telhados, penso: talvez cada um de nós, seres humanos, seja o anjo de alguém.

sábado, 15 de dezembro de 2012

"Porque o tempo cura, e traz pra vida da gente um motivo maior pra seguir."

Hoje só quero pedir a Deus que me segure em seus braços. Me esconda em suas asas. Me leve pra longe de tudo aquilo que vem me fazendo mal. Não quero passar o dia sentindo o gosto salgado das lágrimas em minha boca. Deus, me leve pra longe das minhas preocupações. Me proteja das minhas inseguranças, da falta de confiança, do medo. Traz pra mim a paz. Traz pra mim sabedoria. Deixe que o tempo cure minhas feridas. Deixa-las abertas dói demais. Me mantenha calma, segura, confiante. Eu não vejo o futuro, mas você vê. Eu não sei oque é melhor pra mim, mas você sabe. Me segura pela mão e me leva pra o caminho que eu devo seguir.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Incertezas no caminho

Se meu corpo está cansado, minha mente está três vezes mais. Tem uma vozinha chata dentro de mim me perguntando constantemente se eu realmente estou certa do que estou fazendo. Acostumada a proteger minhas decisões dos meus sentimentos, acabei deixando alguns sonhos pelo meio do caminho e focando em outros. Entretanto, os que eu larguei acabam me perseguindo. Sempre tive vontade de fazer jornalismo. Gosto de escrever, gosto de ler, de fugir da rotina, de lidar com diferentes pessoas e diferentes situações. Quando, mais madura e mais pressionada a decidir oque eu "iria ser quando crescer", surgiu a vontade de fazer medicina, me apeguei muito a esse sonho. Era mais que um desejo, era uma perspectiva, uma decisão. Quando passou a empolgação de ter finalmente achado algo pra dizer pra todo mundo e pra mim mesma sobre oque iria fazer de mim uma adulta realizada, ficou só o peso e a dúvida. O peso de realmente assumir essa responsabilidade, começando com o vestibular mais concorrido, os estudos pesados, as renúncias e indo até o compromisso com a vida das pessoas. É um estilo de vida. Sacrificante mas ao mesmo tempo muito bonito, realmente, eu pensei. Mas então vem a dúvida. A dúvida de se é essa rotina que eu quero pra mim, se estou pronta pra abrir mão de certas coisas, agora e no futuro. A dúvida se eu vou ser uma médica realmente boa, ou se seria uma jornalista melhor. Ou outra coisa que eu ainda nem descobri se quero, sei lá. Essa liberdade de você pode ser oque quiser me incomoda mais do que me conforta. É até engraçado me ver escrevendo isso. A alguns meses atrás, eu estava certa de que tinha tudo decidido pra mim. Agora, nas portas do vestibular, tá tudo uma bagunça na minha cabeça. Talvez seja só o medo de não passar. Talvez seja só o susto de crescer. Deus? É, Ele tem estado presente em todos os momentos. Talvez sejam os planos Dele querendo me levar em outra direção. Respostas? Quem diria, mas tenho que admitir: não tenho nenhuma.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Quando não é pra ser

"Deixe estar que oque for pra ser vigora..."

Meu coração é meio confuso. Meus sentimentos, meio embaralhados. Talvez por isso eu embaralhe os dos outros também, ainda que sem querer. Na maioria das vezes, quando escuto alguém contar as histórias dos próprios amores, acabam dizendo que surgiu meio que do nada, que deu certo porque tinha que dar, porque "era pra ser". Comigo, por outro lado, parece que nunca é pra ser. Pode ser que eu esteja precisando me acostumar com a ideia de ficar sozinha por um tempo. E também com a ideia de que não existe amor do jeito que eu idealizei, paixão como aquelas dos livros, aquele príncipe de contos de fadas com quem eu timidamente sempre sonhei. Sei lá, não quero alguém perfeito. Quero alguém per(feito) pra mim. Pensado por Deus pra compartilhar os momentos comigo. Onde foram parar aqueles românticos dos séculos passados? Uns simples sorrisos, cartas, abraços delicados, beijos no portão? Talvez nem declarações ou serenatas, apenas uma música especial que faça lembrar o porquê de estarem juntos. Onde estão aquelas demostrações de afeto, aquele jeitinho próprio de olhar? Não tem? Não existe mais? Amar assim é ultrapassado. Saiu de moda... mas e daí? Eu sou antiquada mesmo. Deveria escutar quem me diz pra ser menos "boazinha". Vai ver que, assim, eu pensasse mais em mim e organizasse minha cabecinha, pra depois organizar meu coração.

domingo, 9 de dezembro de 2012

.................

Ansiedade.
Seu coração batia forte
Suas mãos suavam
E então partiu

Ação.
Seus passos atenciosos
E seus olhos bem atentos
Eram vivos, curiosos

Já sua mente, não.
Achava que muito sabia
Saiu e fez o que quis

Decepção.
Soube então que não sabia nada
Além de que nada sabia........

sábado, 8 de dezembro de 2012

It's late

Já é tarde. Todos aqui em casa estão dormindo, mas eu estou sem sono nenhum... Normalmente não gosto de ficar acordada sozinha, mas hoje sim. Hoje estou precisando pensar um pouco. E não tem hora melhor pra fazer isso do que a noite. Aliás, adoro noites. É, digamos, meu momento mais inspirado. Nos últimos meses tinha deixado o blog um pouco de lado, embora estivesse sempre escrevendo. Como não gosto muito de me abrir, sou tímida pra falar do que eu sinto, é a melhor maneira que eu acho pra me expressar. Resolvi voltar a escrever por aqui porque dessa forma não perco nada. Enfim, estou uma pilha por causa do vestibular chegando. Estive tão focada nisso nos últimos anos, em passar, passar, passar, que deixei de prestar atenção no que realmente isso significa, oque está por trás disso. Hoje, uma menina me perguntou porque, afinal, eu queria fazer medicina. Por um momento me vi pensando em algo bonito e concreto pra responder, mas acabei dizendo "não sei". Isso mesmo, eu não sei. Não sei de onde nasceu essa vontade dentro de mim, se ela realmente vai prevalecer. Me imagino ajudando as pessoas, trabalhando com vida, com gente. Por isso, acho que vou me realizar com medicina. Mas talvez não aconteça dessa forma. Diante da minha resposta despretensiosa, ela fez uma cara de espanto e depois disse que não entende porque tanta gente quer ser médico. Sei que ela pensou que eu deveria estar buscando dinheiro e status. Mas não. Eu não quero ser mais um profissionalzinho bonzinho com um dinheirinho no bolso. Acontece que, quando as pessoas se referem a escolher uma profissão, costumam dizer que é "pra vida toda". Mas não é. É pra agora. Se der certo, dura. Se não, a gente muda. E é isso que eu vou fazer. Me entregar e torcer pra que dê certo. Se não der, eu mudo. Porque, como eu já disse, não quero ser uma profissionalzinha boazinha e acomodada. Sei lá, eu quero ser realmente diferente. EU QUERO MAISSSSS!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O que o vento me traz

"A lógica do vento, o caos do pensamento, a paz na solidão..."  

A alguns dias estou me sentindo meio inerte. Meio estranha também, talvez. Como se estivesse parada no tempo, vendo as coisas acontecerem sem querer assumir o controle. Minha visão sobre as pessoas também mudou. Sempre me senti como aquela que tem que segurar daqui e dali pra que não desabe tudo sobre mim. Agora, não. Agora estou mais afim que desabe, mesmo. Caia tudo e fique só oque for firme o suficiente pra existir independentemente do que eu faça. Faz muito tempo que eu não paro e tiro o dia só pra mim, pra fazer as coisas que eu gosto, me cuidar... e deixar o resto um pouco de lado. E é isso que eu quero. Fugir e ficar na paz um pouco sozinha. Eu, comigo mesma. Sentindo o vento no rosto e a consciência tranquila, sabendo que não preciso segurar as rédeas o tempo todo. Afinal, tudo estará bem.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012



Chegando ao fim

Só agora parei pra pensar como está perto desse ano acabar. E, com ele, mais um ciclo, mais uma tentativa de realizar um sonho. Ainda não sei se tudo vai dar certo dessa vez. Conforme o fim se aproxima, traz consigo muita insegurança, medo, ansiedade, mas também muita alegria e vontade. Não vejo a hora que tudo isso passe. O problema é que, talvez, o final desse ciclo seja o começo de outro. E diante de tudo que eu abdiquei, diante de todo o meu esforço, isso seria muito decepcionante. Sei que não seria a primeira, e que muitos iriam me olhar e dizer: que drama, isso não é o fim do mundo. A maioria que alimenta o mesmo sonho que você teve que enfrentar muito mais que isso. O problema é que eu não me sinto preparada pra essa frustração. Pode ser que todo mundo se sinta assim nessa situação. Só quem passa realmente por essa experiência sabe o quanto é desgastante, frustrante, difícil. Eu passei a desconfiar de mim, desacreditar na minha capacidade... A cobrança vem de todos os lados. Eu não sei se estou pronta pra enfrentar isso de novo. Talvez, essa seja minha ultima tentativa. Deus sabe tudo a que tenho renunciado para realiza-la da melhor maneira. Claro que eu poderia ter feito mais. Claro que dá pra melhorar. Sempre dá. Claro que tem outros que fizeram mais que eu. Sempre tem. Mas o importante é que seja o que EU posso fazer de melhor agora. Se não der certo, muitos vão dizer que não era pra ser. E de fato acredito que Deus sabe oque fazer de mais puro na minha vida. Muitos outros vão dizer que não posso desistir, mas poucos realmente se importarão se eu o fizer. O certo é que, se eu deixar de lado esse sonho, vou receber muitas críticas. Criticas sobre eu abrir mão de algo que eu realmente quero. Críticas também do meu próprio coração. Mas, quem sabe, não seja o que Deus deseja, não seja realmente o certo. Talvez depois de uns anos esse sonho adormeça e, por fim, desapareça. Mas não é o que eu espero. Não é mesmo. O que eu espero é ele só cresça, se fortaleça e se concretize. Não tenho resposta nenhuma agora. Vou ter que aguardar com fé em mim, no meu sonho e, mais ainda, no meu Senhor, na certeza de que Ele tem o plano perfeito pra o meu futuro.