quarta-feira, 30 de julho de 2014

Serena e desastrada
Sorria em cores
Algumas suaves
Outras hostis

Porque todo dia,
Pensava ela,
Tem que ou vibrante ou sombrio?

Me colore, aquarela da vida
Pinta meu cinza
de azul anil

Mas deixa desbotado
Pra eu não esquecer
Que um dia isso tudo
Se descoloriu

terça-feira, 29 de julho de 2014

Make me cry if you can

Sabe qual o problema? Eu sempre fui mais forte que você. Logo eu, que você achava ser tao frágil. Logo eu, que sempre me achei tão insegura. Eu, que queria achar forças em você. Que achava que era em ti que eu me sustentaria.

Eu levantei e juntei meus pedaços milhões de vezes. Mas você, achando que eu precisava de ti, ia la e pegava o meu coração e quebrava tudo de novo. E aí você chorava. E eu sentia tanta dor ao ver tuas lágrimas, que esquecia as minhas embora elas não parassem de rolar. Então eu me levantava e juntava novamente os meus pedaços, agora todo misturados com os seus. Fazia questão de te devolver cada um deles. Mas você não. Não te parecia tao mal roubar algum pedacinho de mim, ficar pra você ou jogar fora. O problema e que essa nossa brincadeira ficou repetitiva. E, no fim, voce levou pedaços demais. E eu nem sequer tinha os seus pra tentar colocar nos buraquinhos vazios.

O mais engraçado era que eu achava que tava feliz. Mas não era tao fácil assim, sabia? Doía. E toda vez que você fazia algo (ou deixava de fazer), me abalava de uma forma tao estranha que eu só podia pensar que eu era o problema. Mas o meu problema foi esquecer dos meus problemas pra lembrar dos seus. E eu tava levando. Afinal, eu sempre fui mais forte que voce. Mas aí você virou o meu.

É. Quem diria... Um dia eu ia ter que começar a tomar meus pedaços de volta. Alguns nunca voltarão. Ficarão contigo pra sempre. Isso ate podia ter sido o suficiente pra me impedir de fugir. Pena que eu era mais forte que você. E ainda sou. Estou aqui. Me faça chorar, se puder.