quarta-feira, 29 de maio de 2013

Eu jurei que não deixaria mais as pessoas interferirem na minha felicidade, mas acho que todos temos nossos defeitos, e esse é o meu. Mudar isso não vai ser fácil como eu pensava.

sábado, 25 de maio de 2013

Sensibilidade

"Acho que a única razão de sermos tão apegados às memórias é que elas nunca mudam, ainda que as pessoas tenham mudado."

Ser sensível talvez seja minha maior qualidade e meu maior defeito. Por mais que me faça chorar, quebrar a cara e me magoar dentre as decepções que todo mundo sofre, é o meu jeitinho. É o que me faz conseguir enxergar as pessoas mais fundo, por mais que eu continue me surpreendendo com o que encontro dentro delas. As pessoas me assustam, mas são meu maior fascínio. Eu gosto de gente. De olho no olho, de carne osso, gente de verdade. Mas encontro muita gente de mentira no meio do caminho. Caio, mas continuo achando que tenho sorte de ser quem eu sou. Pessoas frias geralmente escondem um coração duro, e não é algo que eu me orgulharia de ter. Prefiro um coração mole, que se machuca, mas que apesar de tudo, ainda consegue amar. Enquanto outros, que nunca se quebraram, não conseguem.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

domingo, 19 de maio de 2013

Paz e segunda-feira

"É fácil demais viver em paz, a gente é que complica tudo..."

É engraçado como as vezes parece que uma música foi feita pra gente, que foi escolhida a dedo pra aquele momento de nossas vidas. Quando ouvi essa frase daí de cima, pensei em quanto tempo eu perdi me esquecendo disso. É facil demais viver em paz! Eu que eu complico tudo!! Eu vivo com Jesus e é Ele que me conforta, por isso tudo fica mais leve. E é assim que eu  estou me sentindo, como não me sentia há muito tempo: leve. Não vou deixar que complicações estraguem isso. Nem nada, nem ninguém. É impressionante como tudo pode ser bonito ou feio, dependendo da forma que a gente encara. Estou tão feliz por amanhã ser segunda feira! Eu vou acordar cedinho e terei um sol brilhando pra mim, um dia novo que Deus me dará de presente, uma faculdade pra ir, onde tanta gente queria estar. Pessoas esperando pra me dizer bom dia e sorrirem pra mim. Casa, comida, uma rotina pra seguir, que pode ser, sim, muito boa. Por que, então, passei tanto tempo dizendo que odiava segundas? Amo todos os dias, afinal são neles que eu vivo, me movo e existo. E é fácil demais viver em paz amando o passar do tempo.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Feelings grow up by themselves

"Talvez, só talvez, não seja apenas uma piada, sua boba. Talvez ele realmente se preocupe com você..."

Quando abriu os olhos, viu seu vulto na varanda do quarto. Inclinou-se e a observou enquanto ela secava os cabelos longos e negros suavemente com a toalha, deixando a luz do sol recém-nascido iluminar seu rosto. Ficou, então, lembrando da noite anterior. Apesar de saber que houvera achado o que procurava, insistia em ser relutante. Não gostava de se apegar demais. Porém, depois de tudo que tinha acontecido, ao menos a memória dele ela já havia conquistado. O coração estaria a alguns passos dali.

Ficou lembrando de como ela ficava entranhada nos travesseiros, quase adormecida, mas ainda sorrindo para ele. Ele ficava falando do que eles iriam fazer no dia seguinte no trabalho, enquanto ela insistia que eles precisavam trabalhar, sim, mas em cima dos seus sentimentos. Dizia que eles precisavam formar mais laços, que precisava haver mais entre os dois. Estavam lado a lado. Pra ele isso bastava, mas não para ela. Nunca foi de se contentar com migalhas, não senhor. Exigia mais, o que lhe deixava aborrecido, mas ao mesmo tempo inevitavelmente encantado.

Quando ela veio para dentro desejar um bom dia, pareceu a voz que ele poderia escutar todos os dias pela manhã. Talvez trabalhar os sentimentos não fosse assim tão difícil. Quem sabe seja até desnecessário - os sentimentos já estavam trabalhados por si mesmos. Eram naturais. Eles eram um do outro. E ele soube que precisava fazê-la perceber. Perceber que aquele era o jeito torto dele de falar que a ama. Que as piadinhas e os ciumes bobos são na verdade a forma de demonstrar que se importa. Os problemas dela são dele. E vice-versa. As coisas lindas ficam mais lindas a partir dessa descoberta. Só lhe restava fazê-la descobrir junto com ele.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Felicidade, eu te enxerguei

E vem a tal da felicidade, tão sutil, tomando conta da gente. Finalmente oque parecia não ter fim fica pra trás. É difícil se descobrir assim, feliz. Muitas vezes não enxergamos que o que levamos na vida pouco importa se o que houver dentro de nós continuar sendo bonito e puro. Mas, em outros momentos, o sorriso deixa tudo muito óbvio, transbordando para a face aquilo que já não cabe mais em um corpo só.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Brand new days


Eu planejava escrever ontem sobre o primeiro dia, mas não tive tempo. Embora eu não goste muito de textos tipo "desabafo", as vezes é isso que eu tenho que fazer. Desabafar... e esse é meu cantinho. Eu não estava muito animada, pra falar a verdade. Estava mais assustada, envergonhada, com medo. Mas, chegando lá, eu me senti em casa, sabe? Como se as portas estivessem abertas pra mim. O trote foi legal, as pessoas são muito fofas, tudo muito perfeitinho (até agora). Fico muito feliz em saber que nos próximos 6 anos essa será minha realidade. Embora saiba que vai ser corrido, difícil e estressante... É o meu sonho. É o que eu quero fazer. E agora é real. E eu me sinto aliviada por finalmente poder retribuir os meus pais por todo investimento que fizeram sobre mim. É lindo ver o brilho nos olhos deles, e é bom saber que estou ali por mérito (não apenas meu, mas também deles) e que meus pais não vão mais precisar pagar rios de dinheiro para isso. Enfim, só queria registrar esse momento aqui. Sei que daqui a uns anos vou olhar pra trás e rir da menininha ingênua que chegou na universidade cheia de expectativas, muitas desleais. Mas quebrar a cara também faz parte, e quero me permitir viver tudo isso. E agradecer a Deus por essa oportunidade: Obrigada, obrigada, obrigada, Senhor! Foi Tu que me trouxestes até aqui!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Solitários: quem os enxerga na multidão?

"Digam o que disserem, o mal do século é a solidão" - disse Renato Russo em um ímpeto de saber e melancolia. Alguém se atreve a discordar? Podem citar a fome, as secas, a crise econômica, a violência, a pirataria... Nenhum mal da sociedade é maior que o desamor. Estamos cercados, sim. Há mais de 7 bilhões de pessoas no mundo, os bancos estão lotados e as filas, intermináveis. O trânsito é caótico, a frota de automóveis cresce a cada ano. Dentro dos carros, porém, é cada um no seu mundo. Os vidros fechados formam uma barreira entre nós e os ricos, estressados, malabaristas do sinal e as crianças dormindo na calçada.

Sem querer parecer piegas ou dramática, mas não consigo me imaginar viver um dia sequer sem amor. Somos humanos, carne e osso! Precisamos de calor, de olho no olho. Talvez seja meu jeito torto de enxergar as coisas, mas acho que o amor está, sim, em todo lugar. Ele não morreu. O problema é que, muitas vezes, é direcionado erroneamente: para o dinheiro, para os bens, poder, status ou simplesmente apenas para si mesmo. O amor não é concreto. Pode ser dividido em milhões de pedacinhos, e continuará tendo o mesmo valor. O que nos custa, então, distribuí-lo por aí?

Ao ver o vai e vem nas ruas, o corre corre do cotidiano, as pessoas que se cruzam sem dar bom dia, sinto que tudo isso está muito, muito longe de acabar. Talvez esteja só começando. Mas um dia vai ter que ter fim. Afinal, todos somos dependentes uns dos outros. Financeira, funcional ou afetivamente. Que seríamos sem os padeiros, garis, médicos, engenheiros, empresários e gerentes de RH? Como nos tornaríamos quem somos sem nossos pais, avós, professores, vizinhos, coleguinhas de turma e seguranças do bairro?

Embora eu não seja uma grande fã de clichês, alguns deles são cheios de sabedoria. Como crescer sem escutar que "fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho"? Em algum momento da vida, nós somos um daqueles solitários na multidão. E, sejamos justos, a tal solidão pode doer pra caramba e ser a raiz da infelicidade, mas pode fazer bem se for passageira. Precisamos nos encher de nós mesmos, nos conhecer, nos amar... e então estaremos prontos para amar a quem quer que seja. Seremos diferentes. Um rosto cheio de vida em meio à uma multidão homogênea, fria, quase estéril de solitários escondidos atrás do guarda chuva, esperando para serem, enfim, cativados...

... E assim começar uma corrente que pode mudar o mundo.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Mente aberta?

Uma vez uma amiga me disse que eu tinha "mente fechada". Isso me incomodou mais do que eu imaginava. O que ela queria dizer, afinal? Só por que não vejo o mundo como ela vê significa que não me permito enxergar? Talvez eu simplesmente não concorde. Cada um tem a sua verdade, eu respondi. Ela não pareceu convencida. Então pensei que era ela que estava fechando a mente para o meu ponto de vista.

Sei lá, talvez eu realmente feche os olhos pra algo que no fundo sei, mas não quero saber. É mais fácil, as vezes, fingir que uma coisa não existe, pra ver se ela realmente some e para de nos incomodar. Mas acho que todo mundo faz um pouco isso. Até porque, como eu já ouvi dizerem, estar em paz é melhor do que estar certo. Então um pouco de ignorância pode ajudar a manter uma verdade inconveniente  longe de nós. Dizem que as pessoas mais burras são mais felizes, não é? Eu meio que concordo. Mas só meio.

Já disse o poeta que o olho vê somente o que a mente está preparada para compreender. Então se a ignorância pode nos polpar de ver muita coisa ruim, também turva nossa visão diante de muitas maravilhas. Libertar a mente amplia os horizontes de maneira irreversível - portanto é melhor estar preparado para tudo. Mas deve valer a pena, sim. Afinal, ignorância todo mundo já nasce e morre possuindo. O conhecimento é que precisa ser acrescentado. Ele nos enche. E uma mente cheia deve significar coração cheio. Ah, não sei. "Coração é terra que ninguém vê". Mas uma pessoa com conteúdo tem chances bem maiores de mostrar a melhor parte dele.

Tem uma vida nas entranhas do cotidiano, escondida por trás dos dias. É preciso saber ler as entrelinhas para enxergá-la. O problema é que só as "pessoas de mente aberta" conseguem enxergá-la. Elas estão por aí, espalhadas e, muitas vezes, discretas. Libertas a ponto de não precisar provar isso pra ninguém. Mas não se engane: não existe só uma maneira de abrir a mente. Existem inúmeras. E, como o pior cego é aquele que não quer ver, é melhor achar seu jeito de abrir a sua um pouco mais. Só não queira passar do limite - Acredite, todo mundo (até os gênios, santos e filósofos) tem parte dela trancada.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Bye, férias

"Caminhar com bom tempo, numa terra bonita, sem pressa, e ter por fim um objetivo agradável; eis, de todas as maneiras de viver, a que mais me agrada." 
(Jean J. Rousseau)


Última semana de férias. Que bom poder fazer valer a pena. Eu mereço mais do que ficar na cama o dia todo, pensando em problemas. Tem um dia lindo lá fora, com o sol brilhando depois de vários dias de chuva. Quero sentir o vento nos meus cabelos, dar um mergulho, andar tranquila. Curtir a minha companhia, um tempinho pra mim. Que mais posso querer? Filme, piscina, pipoca, sol. Família, amigos... vida. Mas vida de verdade, vida cheia. Alma cheia. Coração cheio. E, mesmo cheio, com espaço pra muito mais. 

Namorados e nuvens


- Olha aquela ali, parece um elefante. - Disse Mônica, deitada na grama e com olhos de menina, buscando desenhos nas nuvens.
- Elefante não! Acho parecida com uma caixinha de música.
- Caixinha de música?
- Sim. Daquelas que tinha na casa de avós, que a gente abre e toca uma musiquinha, com uma bailarina girando... -  Respondeu Marcos, enquanto deitava ao lado dela. Lembrou da sua infância e sentiu uma lágrima, astuta, molhar um dos seus olhos verdes. Não a deixou escorrer. Segurou-a, enquanto olhava para Mônica, que fazia certo esforço para lembrar daquela relíquia.
- Acho que nunca vi uma. Não tive avós, sabe? Morreram antes que eu nascesse.

Houve um silêncio de alguns segundos, enquanto Marcos dava um beijo na testa dela, como quem diz que sente muito, mas sem querer parecer melancólico. Mônica, então, perguntou, meio risonha:

- O que tem a ver um elefante com uma caixa?
- Eu não sei, meu amor. Vai ver nossa forma de enxergar as coisas é diferente demais.
- Hm. Gosto que seja assim. Me faz ver novos caminhos que antes pareciam distantes e confusos.
- Olha aquela outra - Marcos falou apressadamente, sem querer tornar aquela conversa séria ou profunda demais. - Parece um jaboti.
- Aquela ali? Não, parece um coração.
- Você é engraçada. Quem te vê assim, achando corações nas nuvens, pode até pensar que é uma mocinha romântica.

Ela riu. Sabia que Marcos era muito mais romântico que ela. Dava flores, cartões... Ela preferiria, no fundo, ganhar sapatos. Mas, claro, nunca disse isso a ele. No entanto, nunca o presenteava com algo meloso. Preferia dar um presente funcional. Marcos ficava um pouco decepcionado, mas não demonstrava. Ao contrário, sempre dizia ter adorado. O mesmo acontecia quando iam sair à noite: Marcos queria ir à um restaurante, Mônica preferia um clube ou uma festa. Os dois iam cedendo, cada um do seu modo. E também fingindo alguns sorrisos quando eram contrariados. Fazer o quê? Eram essas mentirinhas que salvavam a relação... Se fosse confessar que odiavam tudo que o outro adorava, já estariam separados há muito tempo. Talvez a verdade não seja tão boa assim como dizem. Vai ver foi feita apenas para ser adorada, colocada num pedestal, no mais alto pódio, não para ser sempre dita. Pensando nisso, Mônica soltou mais uma mentirinha:

- Eu sou, sim. Quando estou com você. - Falou, se achando meio ridícula e olhando nos olhos dele, que brilharam. A julgar por esse brilho, talvez ser ridícula não fosse tão mal assim...

Ao sentir o coração aquecido por aquelas palavras, Marcos achou que tinha sorte por estar com uma pessoa tão sensível, que tinha marra, mas no fundo era tão romântica quanto ele. Foi a vez dele de soltar uma mentirinha, para tornar o momento mais bonito:

- É, você tem razão. Aquela nuvem parece mesmo um coração.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

"When it's cold outside, I've got the month of may..."


Está chegando o tempo de começar um ciclo novo. É hora de fazer direito. De mudar pra melhor. Me sinto feliz, apesar de tudo que vem me acontecendo. Sinto que tudo vai, sim, começar a se ajeitar. Vou começar a realmente tomar rumo pra fazer o que eu quero da minha vida. Faculdade, carro... um pouco mais de independência. Agora só cabe a mim tornar os dias mais coloridos. Eles são o único lugar que tenho pra ser quem eu sou, pra fazer valer a pena, pra escrever meu próprio final (e princípio e meio) feliz.

"Para que servem os dias?
Dias são onde vivemos.
Eles vêm, nos acordam
Um depois do outro
Servem para a gente ser feliz:
Onde podemos viver senão neles?

Ah, resolver essa questão
Faz o padre e o médico
Em seus longos paletós
Perderem seu emprego."

(Philip Larkin, Days)