quinta-feira, 7 de junho de 2012

"Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais, por que ir em frente? Não há sentido. Melhor escapar deixando uma lembrança qualquer: um lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia - coisa qualquer que depois de um tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê."

(Caio Fernando Abreu)

domingo, 3 de junho de 2012

Momentos

É engraçado ver como as coisas mudam em tão pouco tempo. De repente, paro pra pensar e vejo que estou diferente. Com pessoas diferentes, em lugares diferentes, seguindo caminhos diferentes, os quais, as vezes, nem são os que eu imaginei que iria seguir. Tem certas coisas que não dá pra controlar, até porque a vida é feita de momentos. E não é meio estranho pensar em momento? Momento, por si só, é algo que já pressupõe passagem, algo que se vai... Esse agora, por exemplo, nunca mais vai se repetir. É bem provável que eu volte a escrever aqui, mas jamais dessa mesma forma. E percebendo tudo isso, tenho um pouco de medo das mudanças. Medo de que os momentos percam o significado. Se desmanchem no ar, sejam esquecidos e se tornem monótonos e sem graça. Mas, pensando bem, cada um deles tem seu valor. Tem gente que demora muito pra perceber isso. E eu não quero ser assim. Não querem que os anos passem e depois eu perceba que queria muito ter vivido a minha vida de outra forma. Afinal, aquele sorriso que neguei ou aquele esforço que eu não fiz não poderão ser recuperados. Talvez não dê mais tempo pra eu voltar e amar quem não amei. Por isso, quero ter a sensibilidade de realizar isso agora. Não quero ficar apenas assistindo minha vida passar. Quero curtir e guardar com cuidado cada momento na memória. E preservar os tesouros que achei: as pessoas que me cercam, os sonhos que eu construí, a fé que eu guardo dentro de mim... as coisinhas que eu gosto, que são realmente importantes e essenciais pra mim. Meu relicário. E, com ele, viver da melhor forma todos os dias que me aguardam. Porque amanhã é dia de nascer de novo. Amanhã é um novo momento pra ser feliz.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Se você acha que uma pessoa mudou, pense direitinho. Talvez ela esteja apenas revelando quem realmente é.

Libertando-se


Um dia desses estava lendo um texto que falava sobre desapego. Sabe aquela historia toda de budista, de não dar valor às coisas do mundo e se libertar? Pronto. Inicialmente eu achava que se tratava apenas de coisas materias, tipo roupas, dinheiro, essas coisas, mas acabei descobrindo que essa teoria vai bem mais além: você deve se desapegar de todos os seus desejos, pois, segundo eles, são estes que causam sofrimento, e se voce se desapegar voce simplismente nao iria sofrer! Ou seja, aceitar as mudanças, tal... parece bem agradável, apesar de isso incluir voce nao poder tambem ficar dando mil pulinhos e toda serelepe porque entrou em medicina em primeiro lugar, por exemplo, já que voce nao pode se apegar tanto as suas vontades. Mas, enfim, parecia uma boa!

Tentei, por umas duas semanas, praticar o desapego na minha vida. Tudo bem que eu já me considerava bem desapegada antes de ler essa matéria, mas depois de ler aquilo percebi que sou mesmo muito ligada aos meus desejos. Tentei fingir que nao ficava contrariada quando algo que eu esperava nao acontecia, ou quando eu esperava uma ligação que nao vinha, mas não adiantou. Alias, achei bem chato essa coisa de não ligar pra nada e estar imutável independente do que acontecer. Talvez eu até goste da tristeza. Ela torna a alegria bem mais especial, dá vontade de correr atras do que se quer... E eu gosto de ficar ansiosa, esperando pra ver se vou alcançar meu objetivos.

Confesso, um pouco envergonhada, que sou mesmo apegada a tudo que me cerca. Pessoas, sonhos, situações... e mesmo que isso me renda algumas lágrimas de vez em quando, estou feliz assim. Claro, tento nao me prender tanto pra nao quebrar a cara - igual a outras dez mil e quinhentas vezes -, mas procuro encontrar o equilíbrio. Acho que sou ocidental demais pra o budismo, ou vai ver eu gosto mesmo dos altos e baixos.