terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Anjos perdidos


Enquanto observo oque me cerca, as pessoas que me rodeiam, multidões andando nas ruas e avenidas engarrafadas, vejo solidão. Pessoas que passam despercebidas. Rostos que negam sorrisos. Corações endurecendo e esquecendo de amar. Vejo, por outro lado, uma luz que mantém tudo. Que nos mantém humanos, que nos lembra de amar, cativar e ser cativado. Pois, quando cativamos alguém, nos tornamos essenciais. E uma qualidade de ser essencial é não ser mais invisível. Não ser apenas mais um. Ser como um anjo que lembra que cada um perdido em meio à multidão tem o dom de ser único, especial. E então, quando olho pela janela as montanhas ao longe, as luzes da cidade, o tempo sobre os telhados, penso: talvez cada um de nós, seres humanos, seja o anjo de alguém.

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