quarta-feira, 16 de abril de 2014

Palavras


Escutava sua voz naquela tarde. Como ela me era familiar. Parecia que estávamos conversando a muito tempo, mas na verdade eram só alguns minutos, que acabaram se prolongando por horas. Eu nem sabia que eu ainda podia me sentir daquele jeito com apenas um punhado de palavras banais a respeito das nossas vidinhas não tão interessantes. Mas era um encaixe. Eu precisava de uma vez. Eu estava tão só, e voce me deu aquilo. Uma melodia lenta, leve e viciante, daquelas que a gente escuta umas quinze vezes antes de pegar no sono.

Eu não queria dizer tchau. Escureceu e eu me despedi antes que você o fizesse, porque ia ser ruim de ouvir. Fui pra casa tentando não pensar muito, mas em pouco tempo eu percebi que tinha guardado aquelas palavras na minha memória, e elas queriam bagunçar tudo o mais que havia dentro dela. Mas eu não admiti pra ninguém. Nem pra mim. Eu já tinha sofrido demais, não podia ser boba a esse ponto e me entregar assim tão fácil. Era só uma conversa... Longa, mas uma conversa. Engraçada, mas só uma conversa. 

Deitei torcendo pra sonhar com você, mas não foi daquela vez. Abri os olhos e, então, pensei: talvez você finalmente tivesse sido feito pra ser meu sonho acordado. 

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