sexta-feira, 19 de abril de 2013

A liberdade de ser quem é (ou a perda dela)


Sabe quando você conhece uma pessoa nova? Todo aquele cuidado para não ser muito fechada, mas também não muito expansiva. O medo de falar demais, deixando que a pessoa enxergue além das suas molduras. As perguntas de sempre... a idade, os hobbies, o que você faz da vida? É como se aquela pessoa estivesse tentando te encaixar em alguma padrão, e vice versa. Mas por que não tentar se contentar simplesmente com quem você e outro são?

A verdade é que as pessoas se acostumaram a se esconder. Ou se proteger, quem sabe. Vai ver que isso é consequência dos corações machucados e das decepções que todo mundo tem em algum momento da vida. Lembro de tantas vezes ter tentado ser aquele tipo de pessoa misteriosa, que todo mundo tenta desvendar. Elas nunca parecem sair machucadas. Nunca se sabe o que se passa na cabeça delas. Talvez sejam felizes, tristes, tímidas ou apenas queiram fazer um charme, sei lá.

O fato é que nunca consegui nem chegar perto. Quando via, já estava contando minha vida para alguém que conheci mês passado, mas que já achava que podia confiar. Já estava escrevendo um texto sobre um fulaninho que eu achava que gostava, mas depois de uma semana via que era só mais um. Ficava vermelha quando era centro das atenções. Ria quando tinha vontade e, por mais que tentasse, não conseguia segurar o choro, mesmo quando não queria que ninguém percebesse que eu estava mal. 

Percebi, no entanto, que eu sou livre para ser quem eu sou. Que mais posso querer além disso? Qual poderia ser o resultado de negar a si mesmo? Infelicidade, é claro. Há um tipo de felicidade outorgada que nos reprime, quer nos igualar. Já passou da hora que esquecer os esteriótipos: a mocinha da novela, a vilã do filme, a bruxa que voa na vassoura, a velhinha solitária, os intelectuais, hippies, superficiais... Ninguém é só isso. Sob qualquer circunstância, apenas uma palavra pode nos definir: humanos. Únicos, livres, complexos. Só isso. Tudo isso. 

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