sexta-feira, 5 de abril de 2013

Algumas verdades que o dinheiro mostra


Existem várias maneiras de se conhecer uma pessoa, mas acredito que a mais rápida e eficaz seja colocando dinheiro no meio. Lembro de um amigo meu da escola que nunca devolvia o dinheiro que pegava emprestado, mas quando emprestava para alguém, sabia cobrar bem direitinho. Talvez ele fosse apenas um mão de vaca, sei lá. O fato é que o dinheiro é especialista em mostrar o pior lado da gente. Não que eu seja um daqueles mentirosos que dizem que não ligam pra isso. Dinheiro é muito bom, sim, mas, por mais clichê que possa parecer, não compra caráter nem felicidade de ninguém.

Sabe aquela velha história do pobre que fica rico e não sabe como lidar com isso? Não volta mais às origens, esquece quem é, de onde veio e de todas as pessoas que o ajudaram a chegar onde está. Passa por cima de um e de outro, mas nem se dá conta disso. O dinheiro já ocupa demais sua visão. Alguns acabam sozinhos com suas fortunas, outros perdem tudo por não saber administrá-la. Enfim, de uma forma ou de outra a vida ensina que o vazio dentro da gente não tem valor nenhum que preencha. Pena que uns demoram demoram tempo demais para aprender.

A maioria de nós costuma usar uma série de proteções e molduras para nos mostrar. Não deixamos que os outros nos vejam por completo, se aprofundem muito, se permitam mergulhar nas nossas profundezas... E se tem uma coisa que o dinheiro faz melhor do que comprar é destruir todos esses escudos. E isso não tem só o lado mal, não. Já conheci algumas pessoas muito boas com dinheiro na mão. Elas mostram que seu valor excede muito à sua conta bancária, pois sabem que se um dia ela se esvaziar, ainda poderão se encher com verdade, amor e certeza de que conhecem o que realmente importa. São pessoas interessantes, daquelas que invadem a alma da gente, seja com um papo legal ou um olhar verdadeiro. Que falam de música, literatura, de fé, de sentimento, ou de coisa qualquer que as interesse, pois não estão interessadas apenas em enriquecer. Pessoas com coração cheio, que, mesmo que estejam de bolsos vazios, encantam por ser exatamente quem são.

Quem muito se preocupa em encher a conta no banco, acaba ficando com a alma vazia. As pessoas com alma cheia não precisam se esconder atrás de rótulos, máscaras, lentes ou fortunas. Simplesmente sabem sob que perspectiva enxergar o mundo. Sabem que precisam de gente, não de objetos. Sabem que são mais que números, são carne e osso. Não têm sede de poder, mas de verdade. Sabem quem é de mentira. Sabem que a vida não tem preço. São raras, sim senhor, mas existem. Estão misturadas em todas as classes sociais. Contam o dinheiro no final do mês e, independente de serem milhões ou apenas um salário mínimo, sabem que o que carregam na carteira é só mais um atalho para dias melhores. O resto da viagem é por conta do que carregam dentro de si.

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